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trabalhos/artistas

projetos.
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apresentação

Atravessamentos Poéticos

 

A importância do lugar de apresentação para a atual produção artística tem efetivado, nas últimas décadas, parcela significativa da criação dos projetos contemporâneos. Este indicativo é compartilhado por Hans Haacke a partir de conhecida sentença do artista: “o contexto no qual uma obra é exposta pela primeira vez é para mim um elemento como a tela e a tinta.” Nesta direção, lugar e exposição tornam-se elementos revisados a partir da contextualização; ou seja, do sentido crítico e autocrítico acionados pelo encontro entre o trabalho e seu lócus de instauração; espécie de cuore ou novo desafio criativo a ser cultivado pelos artistas.

 

Trata-se, portanto, da valorização do lugar da arte, seja este lugar onde for: dentro, fora, próximo ou distante; através das instituições culturais. Quem compartilha dessa eleição, aquele que se dedica a este cultivo, discute o lugar da arte ao invés de lugares para a arte. Por isso mesmo é que bem nos cabe a ideia de atravessamento como proposta que compreende esse novo modo de atuação do artista, regido por um grau de entrega, de ajustamento e pertencimento de sua criação aos ambientes que os apresentam e lhes constituem como artísticos.

 

A possibilidade de ocupar, temporariamente, uma arquitetura de concreto e vidro dentro de um parque público oferece um modelo extremamente instigante para uma exposição coletiva de artistas interessados nos cruzamentos possíveis dentre: memória, documento, rastros, velamentos, gravidade, paisagem e natureza. Elementos esses que igualmente constituem o imaginário dos Museus Históricos dedicados às cidades, às localidades e suas singularidades, como é o caso deste Museu.

 

A vista oferecida através das paredes de vidro do primeiro piso não poderia ser mais generosa, mais provocativa. Atravessada pelos objetos aqui apresentados, muitos deles, pela primeira vez, esta vista nos propõe a propriedade sedante que é matéria própria da arte e reflete sua raridade ante a vida cotidiana: se por um lado, a presença da paisagem de natureza do lado externo exerce força imponente para que a ambiência se constitua, por outro, é o dado da presença deste conjunto de objetos artísticos aqui instalados o elemento ordenador da singularidade que imanta o lugar todo.

 

O grupo de artistas reunido nesta exposição responde à proposta que lhes foi feita sobre os modos e as maneiras com os quais a Memória, o Documento, a Transparência ou a Estrutura aparecem e/ou fundamentam seus trabalhos. A escolha variável por materiais e formas bastante experimentais apresentadas em seus trabalhos nos instiga também a atravessa-los como aquele que quer conhecer; que presume nesse diálogo_ nada convencional_ a entrega, a coparticipação de determinado núcleo, de certo segredo que se pode alcançar.  

 

Vidro, metal e terra, tanto quanto acrílico, papel e luz elétrica estruturam suas escolhas poéticas a partir de: retratos-tipo (Alzira Ballestero); paisagens-colagens-rearticuladas (Valéria Scornaienchi e Vane Barini); coleções-memoriais (Iza Figueiredo), espécies-resilientes (Patricia Rebello e Maria Luiza Canela); empacotamentos (Marilde Stropp e Ana Almeida), descentramentos (Heloisa Gregori) e tensionamentos (Thiago Bortolozzo e Danilo Garcia) produzidos pelas propriedades simbólicas e materiais, tanto quanto por sua disposição no espaço. 

 

Sylvia Furegatti

 

setembro.2017

sobre.
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contato.

ficha técnica

Sylvia Furegatti

Vive e trabalha em Campinas. Artista visual e curadora.

Sua produção artística e de pesquisa acadêmica direcionam-se para ações e intervenções na paisagem, além de instalações e objetos que relacionam Arte, Paisagem e Natureza.

É docente plena do PPGAV - Instituto de Artes da Unicamp, lotada no Departamento de Artes Visuais. Atualmente ocupa o cargo de Diretora do Museu de Artes Visuais - MAV Unicamp e representa a UNICAMP no Conselho Estadual de Museus de São Paulo (COSISEM). É Coordenadora Nacional do Grupo de Estudos sobre Arte Pública no Brasil – GEAP BR (geapbr.wordpress.com) e Vice coordenadora do Grupo de Estudos sobre Arte Pública na América Latina – GEAP LA.  (geaplatinoamerica.org). Em 2007 fundou o Grupo Pparalelo de Arte Contemporânea dedicado a intervenções artísticas e ações em espaços públicos fora do eixo das grandes capitais. O projeto ajustou-se ao longo dos anos e assume hoje configuração intitulada de PPLL (ppllartgroup.net

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Projeto Expositivo "Atravessamentos Poéticos"

local: Casa de Vidro de Campinas / Galerias do primeiro piso e área externa

período: de 28.9 à 10.12.2017

curadoria e textos: Sylvia Furegatti

artistas participantes: Vane Barini, Marilde Stropp, Valéria Scornaienchi, Iza Figueiredo, Ana Almeida, Danilo Garcia, Heloisa Sandoval Gregori, Patricia Rebello, Alzira Balestero, Thiago Bortolozzo e Maria Luiza Canela

Registros fotográficos: Vane Barini, Valéria Scornaienchi, Patricia Rebello, Arianne Vitalle, Thiago Bortolozzo, Adriana Barão e Edis Cruz

Apoio de Montagem: Wilson R M Dutra (MACC) e Francisco Marchi Netto (Bolsita SAE Unicamp)

Design do site: hebertgouvea.com / @hebertgouvea

Design do convite virtual: Ivan Avelar (DEPROD IA Unicamp)

Agradecimentos: Secretaria Municipal de Cultura de Campinas; MACC e Casa de Vidro

Casa de Vidro de Campinas / Museu da Cidade 

Parque Lago do Café. Av Heitor Penteado, 2145 Parque Taquaral, Campinas SP

 

contato: sylviaf@unicamp.br  /  @sylviafuregatti 

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